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Filho mais velho de Adolfo Barroso Pereira de Salazar, secretário e bibliotecário da Sociedade Martins Sarmento, professor liceal de Francês na Escola Industrial Francisco da Holanda e escrevia para a “Revista de Guimarães” (a eliminação da disciplina de francês dos currículos escolares em Guimarães parece ter sido a causa principal da sua vinda para o Porto), e de Adelaide da Luz Silva Lima Salazar, fez os seus estudos primários em Guimarães. |
Filho mais velho de Adolfo Barroso Pereira de Salazar, secretário e bibliotecário da Sociedade Martins Sarmento, professor liceal de Francês na Escola Industrial Francisco da Holanda e escrevia para a “Revista de Guimarães” (a eliminação da disciplina de francês dos currículos escolares em Guimarães parece ter sido a causa principal da sua vinda para o Porto), e de Adelaide da Luz Silva Lima Salazar, fez os seus estudos primários em Guimarães. |
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Abel Salazar completa no Seminário-Liceu de Guimarães, a escola primária e parte do liceu até 1903, altura em que ingressa no Liceu Central do Porto, em S. Bento da Vitória onde conclui a 7ª classe de ciências. Aqui, com um pequeno grupo de companheiros publica um jornal escolar republicano o “Arquivo” reflectindo já quer o interesse pelos novos ideais políticos quer as suas precoces aptidões para a arte, através de caricaturas de estudantes e professores. |
Abel Salazar completa no Seminário-Liceu de Guimarães, a escola primária e parte do liceu até 1903, altura em que ingressa no Liceu Central do Porto, em S. Bento da Vitória onde conclui a 7ª classe de ciências. Aqui, com um pequeno grupo de companheiros publica um jornal escolar republicano o “Arquivo” reflectindo já quer o interesse pelos novos ideais políticos quer as suas precoces aptidões para a arte, através de caricaturas de estudantes e professores. |
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Entre 1919 e 1925 o seu trabalho torna-se conhecido internacionalmente e publicado em várias revistas científicas internacionais. |
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Ao fim de 10 anos de trabalho profícuo em condições adversas como vem proclamando sistematicamente, Abel Salazar sofre um esgotamento e interrompe a sua actividade durante quatro anos para se tratar. De regresso à Faculdade em 1931, cheio de projectos, encontra o seu gabinete desmantelado. |
Ao fim de 10 anos de trabalho profícuo em condições adversas como vem proclamando sistematicamente, Abel Salazar sofre um esgotamento e interrompe a sua actividade durante quatro anos para se tratar. De regresso à Faculdade em 1931, cheio de projectos, encontra o seu gabinete desmantelado. |
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==Ligações externas== |
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Edição das 17h03min de 19 de maio de 2009
Abel de Lima Salazar, pintor e professor universitário, nasceu em Guimarães a 19 de Julho de 1889 e morreu em Lisboa em 1946.
Biografia
Filho mais velho de Adolfo Barroso Pereira de Salazar, secretário e bibliotecário da Sociedade Martins Sarmento, professor liceal de Francês na Escola Industrial Francisco da Holanda e escrevia para a “Revista de Guimarães” (a eliminação da disciplina de francês dos currículos escolares em Guimarães parece ter sido a causa principal da sua vinda para o Porto), e de Adelaide da Luz Silva Lima Salazar, fez os seus estudos primários em Guimarães. Abel Salazar completa no Seminário-Liceu de Guimarães, a escola primária e parte do liceu até 1903, altura em que ingressa no Liceu Central do Porto, em S. Bento da Vitória onde conclui a 7ª classe de ciências. Aqui, com um pequeno grupo de companheiros publica um jornal escolar republicano o “Arquivo” reflectindo já quer o interesse pelos novos ideais políticos quer as suas precoces aptidões para a arte, através de caricaturas de estudantes e professores. Após o curso liceal faz os preparatórios para a escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde se virá a diplomar em Medicina com nota de 20 valores, em 1915, com uma tese intitulada ‘’Ensaio de Psicologia Filosófica’’.
O Cientista
Em 1918, com apenas 30 anos de idade, Abel Salazar é nomeado Professor Catedrático de Histologia e Embriologia. Nesse ano funda e dirige o Instituto de Histologia e Embriologia da Faculdade de Medicina do Porto, um modesto centro de estudos, onde apesar da falta de recursos financeiros, Abel Salazar consegue realizar uma série de notáveis trabalhos de investigação. A par de uma orientação pedagógica inovadora no contexto da época, entendendo a actividade docente como uma investigação colectiva e a si próprio como um companheiro de trabalho, privilegiando o confronto de ideias, dando liberdade aos alunos de aparecerem nas horas que mais lhes conviessem, lançando a ideia de os alunos designarem representantes para fazerem parte do júri de exames. Como investigador, empreende uma série de pesquisas tendentes a definir, a esclarecer a estrutura e evolução do ovário, criando o célebre método de coloração tano-férrico, de análise microscópica, que lhe abre caminhos no meio científico (Método Tano-férrico de Salazar). Entre 1919 e 1925 o seu trabalho torna-se conhecido internacionalmente e publicado em várias revistas científicas internacionais. Ao fim de 10 anos de trabalho profícuo em condições adversas como vem proclamando sistematicamente, Abel Salazar sofre um esgotamento e interrompe a sua actividade durante quatro anos para se tratar. De regresso à Faculdade em 1931, cheio de projectos, encontra o seu gabinete desmantelado.
Em 1935, é afastado da sua cátedra e do seu laboratório, sem mesmo poder frequentar a biblioteca, nem ausentar-se do País (Portaria de 5 de Junho) em que foram expulsos também outros professores universitários, como Aurélio Quintanilha, Manuel Rodrigues Lapa, Sílvio Lima, Norton de Matos, etc.
O Artista
O afastamento da vida académica permite-lhe desenvolver em sua casa uma produção artística variada na temática e na expressão plástica: gravura, pintura (paisagens, retratos, ilustração da vida da mulher trabalhadora e da mulher parisiense), pintura mural, aguarelas, desenhos, caricaturas, escultura e cobres martelados (caso único entre os artistas contemporâneos). A sua obra plástica atingiu grande reconhecimento a partir das suas exposições realizadas em 1938 em Lisboa e Porto.
O Humanista
Abel Salazar escreveu no seu curriculum: “Além dos trabalhos científicos fiz na Universidade cursos sobre a Filosofia da Arte, conferências sobre a Filosofia, onde desenvolvi um sistema de Filosofia que acabo de constatar com satisfação ser bastante próximo da Escola de Viena. Foi o desenvolvimento deste sistema filosófico que, tendo desagradado à Ditadura e ao Catolicismo, foram a causa principal da minha revogação. Mas, como a ditadura não se podia basear nesta questão, ela torneou a questão, fazendo através da sua imprensa uma campanha de difamação, etc., após a qual me demitiu sem processo nem julgamento (…). Esclareço que nunca fui político, toda a minha vida me ocupei unicamente da actividade intelectual.” Em 1941, por sugestão do Prof. Mário de Figueiredo, então Ministro da Educação Nacional, o Instituto para a Alta Cultura cria um Centro de Estudos Microscópicos, na Faculdade de Farmácia, cuja direcção é confiada a Abel Salazar. O Centro funciona sem condições materiais e financeiras, mas mesmo assim Abel Salazar continua a fazer investigação com a colaboração de Adelaide Estrada. Trabalha também, desde 1942, com o Instituto Português de Oncologia, a convite de Francisco Gentil, onde publicou vários trabalhos científicos no Arquivo de Patologia. Publica “Hematologia” em 1944.
Influência e Distinção
Distingue-se na carreira universitária, tanto pelo seu trabalho científico e laboratorial como pela sua atitude pedagógica. Paralelamente à sua actividade científica e universitária, Abel Salazar dedica-se ao trabalho literário (colaboração prestada a periódicos regionais e nacionais) e artístico, exercendo influência pública, e servindo de exemplo de polivalência, persistência e versatilidade das suas convicções que unem a ciência, filosofia, arte e o seu contexto histórico-social e político. Abel Salazar teve assim um ilustre contributo a nível da cultura portuguesa, tanto a nível de investigação científica, como de escultura, pintura, gravura, cinzelado e literatura. Considerado por Nuno Grande (Director do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar) como “Personalidade mais plurifacetada da cultura portuguesa” e de “Espírito original, imaginativo e rigoroso, como não há paralelo na história cultural portuguesa”.
Principais publicações
Livros científicos
- Hematologia - Ideias e factos novos (SALAZAR, Abel - Obras Completas de Abel Salazar, vol. 1, 1ª edição, Dezembro de 2000, ed. Campo das Letras e Casa-Museu Abel Salazar, Porto)- 350 pág.
- Ensaio de Psicologia Filosófica (SALAZAR, Abel - Obras Completas de Abel Salazar, vol. 3, 1ª edição, Novembro de 2001, ed. Campo das Letras e Casa-Museu Abel Salazar, Porto)- 200 pág.
- Salazar, A.-L. - O limiar da ínsula. Sua forma, limites e relações; a sua génese embriológica filogenética - 1915 - Anais Scientificos da Faculdade de Medicina do Porto, Vols. L, pp. 381-474, Vol. II, pp. 1-44, mais 28 estampas fotográficas.
- Salazar, A.-L - Anatomia comparada da ínsula de Reil - 1915 - Anais Scientificos da Faculdade de Medicina do Porto, Vol. II, pp. 87-115.
- Salazar, A.-L - As falsas anomalias do pailium - 1916 - Anais Scientificos da Faculdade de Medicina do Porto, Vol. III, pp. 73-132. Nº de páginas: ± 240
- Salazar, A.-L. - A diferenciação sistemática do "pailium" cerebral 1915 – Anais Scientificos da Faculdade de Medicina do Porto, Vol. U, Nº l, 2 e 4, pp. 117-268, e 345-542. Nº de páginas: 392
Livros de temas vários
- Notas de Filosofia de Arte (SALAZAR, Abel - Obras Completas de Abel Salazar, vol. 2, 1ª edição, Dezembro de 2000, ed. Campo das Letras e Casa-Museu Abel Salazar, Porto) – 300 pág.
- Recordações do Minho Arcaico (SALAZAR, Abel - Obras Completas de Abel Salazar, vol. 4, 1ª edição, Novembro de 2002, ed. Campo das Letras e Casa-Museu Abel Salazar, Porto) – 150 pág.
- Que é Arte? (SALAZAR, Abel - Obras Completas de Abel Salazar, vol. 5, 1ª edição, Novembro de 2003, ed. Campo das Letras e Casa-Museu Abel Salazar, Porto) – 170 pág.
- Uma Primavera em Itália (SALAZAR, Abel - Obras Completas de Abel Salazar, vol. 6, 1ª edição, Novembro de 2003, ed. Campo das Letras e Casa-Museu Abel Salazar, Porto) – 159 pág.
- A Crise da Europa - (SALAZAR, Abel – Biblioteca Cosmos nº 31 - 1ª edição, Dezembro de 1942, ed. Edições Cosmos , Lisboa) – 142 pág
- Ensaio sobre Henrique Pousão - (SALAZAR, Abel – Henrique Pousão – Colecção Pintores e Escultores Portugueses - 1ª edição, 1947, ed. Livraria Tavares Martins, Porto) – 28 pág.
- Um Estio na Alemanha - (SALAZAR, Abel - 1ª edição, Novembro de 1944, ed. Editorial Minerva , Coimbra) – 290 pág.
- Paris em 1934 - (SALAZAR, Abel - 1ª edição, 1938, ed. Tipografia Civilização, Porto) – 392 pág.
Trabalhos sobre o autor
- J. Bonfim Barreiros, Na mocidade de Abel Salazar, separata de “Portucale”, Porto, 1946.
- Alberto Saavedra, Abel Salazar, Porto, 1956.
- Presença de Abel Salazar, Porto, 1969.
- Cruz Malpique, Perfil Humanístico de Abel Salazar, Porto, 1977.
- Lúcio Craveiro da Silva, Abel Salazar, a Universidade e a Cultura, Braga, separata de “Forum”, 1990.
- Nuno Grande, “Abel Salazar, o Mestre”, Público, 29 de Dezembro de 1996, p.24.
- Luísa Garcia Fernandes (org.), Abel Salazar – Retrato em movimento, Porto, 1998.
- Norberto Ferreira da Cunha, “Génese e Evolução do Ideário de Abel Salazar”, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa, 1997,
Bibliografia
- Livro …