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==Bibliografia==
 
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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Editorial Enciclopédia, 1978, volume XVII, página 629
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==Ligações Externas==
   
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Egas_Moniz
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Egas_Moniz

Edição atual tal como às 19h23min de 27 de maio de 2009

António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz (Avanca, 29 de Novembro de 1874 - Lisboa, 16 de Dezembro de 1955) foi um médico neurologista, investigador, professor, político e escritor português.

Foi o primeiro português a vencer o Prémio Nobel, tendo vencido na categoria de Fisiologia ou Medicina, no ano de 1949, a par com Walter Rudolf Hess.


Vida

António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz nasceu sem o apelido Egas Moniz, pertencente a uma familia aristocrática rural. Foi-lhe acrescentado tal sobrenome por insistência de seu tio e padrinho Caetano de Pina Resende Abreu Sá Freire, padre, devido ao facto da família descender directamente de Egas Moniz (1080 - 1146), o aio de D. Afonso Henriques.


Percurso académico

Após a instrução primária e secundária, ingressa na Universidade de Coimbra, formando-se em Medicina em 1899. Presta provas de doutoramento em 1901. Concluida a formatura, frequenta as universidades de Paris e Bordéus, e posteriormente começa a leccionar anatomia e fisiologia em Coimbra. No ano de 1911 tranfere-se para a recém criada Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, prosseguindo os seus estudos na área da neurologia. Aposentou-se no inicio de 1944.


Actividade Científica

Desenvolveu a angiografia - método que permite diagnosticar tumores cerebrais - o que lhe valeu prestígio a nível mundial. Esta descoberta foi possibilitada devido à execução de longas experiências com raio X, tornando real a localização de tumores cerebrais, aneurismas, hemorragais e outras malformações cerebrais. Porém, considera-se que o seu grande contributo foi o desenvolvimento da lobotomia, técnica desenvolvida em 1936, muito útil no tratamento de doenças do foro psiquiátrico, epilepsia e dores de cabeça crónicas. Durante muitos anos Egas Moniz foi muito respeitado nos circulos académicos e científicos mundiais, tendo apresentado à sociedade internacional várias intervenções bem sucedidas com pacientes lobotomizados. Estes factos, em conjunto com a prestigiada carreira, foram cruciais para que fosse nomeado para Prémio Nobel em 1928, 1933, 1937, 1944 e 1949. Em 1950 é criado o Centro de Estudos Egas Moniz, ainda hoje existente no Hospital Santa Maria em Lisboa.


Vida política

Egas Moniz era um democrata liberal e admirador do sistema inglês. Foi preso em 1908 devido ao seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado contra a ditadura de João Franco. Instaurado o regime Republicano, foi deputado durante várias legislaturas. Em 1917 fundou o Partido Centrista, uma união de monárquicos progressistas e republicanos que não se identificavam no seu partido. Apoiou o golpe que levou Sidónio Pais ao poder. Também nesse ano foi nomeado embaixador de Portugal em Madrid. Um ano mais tarde era designado para ocupar o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, chefiando a delegação portuguesa na conferência de paz realizada em Versalhes, no final da I Guerra Mundial. Em 1919, Sidónio Pais é assassinado, o que leva Egas Moniz a abandonar a vida política, passando a dedicar-se inteiramente à investigação científica. Foi também um escritor e autor de relevo de variadíssimas obras, destacando-se "A nossa casa" e "Confidências de um investigador científico".


O Prémio Nobel e a actualidade

Hoje em dia assiste-se a um movimento internacional que pretende demonstrar que a lobotomia provocou muitos casos de pacientes que, após a intervenção, ficaram apáticos ou as manifestações das doenças agravaram-se. Existe mesmo uma campanha em favor da revogação do prémio, lançado por Christine Johnson, e que têm o apoio de vários familiares de pacientes submetidos à intervenção. Alguns cientistas consideram que, tendo em conta os conhecimento científicos actuais, a lobotomia é uma técnica "bárbara" e que somente provocou efeitos positivos em poucos pacientes.


Bibliografia

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Editorial Enciclopédia, 1978, volume XVII, página 629

Ligações Externas

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Egas_Moniz

http://www.jornalaguarda.com/index.asp?idEdicao=294&id=15257&idSeccao=3788&Action=noticia