Ars curandi Wiki
Advertisement


Antoni van Leeuwenhoek (N. Delft, Holanda1632; ob. Delft1723). Microbiologia

Antoni van Leeuwenhoek

Antoni van Leeuwenhoek

Cientista do século XVII e parte do XVIII, Antoni van Leeuwenhoek dedicou a sua vida ao estudo da biologia. A ele se atribuem grandes avanços feitos na microscopia os quais lhe possibilitaram estudar alguns microrganismos contribuindo grandemente para a sua compreensão.

Vida

Leeuwenhoek, viveu uma longa e próspera vida, grande parte na sua cidade natal, Delft, na Holanda. Aos 16 anos acaba por se mudar para Amesterdão onde se tornou aprendiz de um vendedor de roupas. Alguns anos após, regressa à sua terra natal para gerir uma loja. Aos 32 anos, casa-se tendo 5 filhos desse casamento, dos quais 4 morreram novos. Sua mulher morre 12 anos depois, tempo durante o qual adoptou uma nova carreira na gestão da cidade. Aos 39 volta a casar tendo outro filho deste casamento que não sobrevive à infância. É nesta altura que inicia a sua vida como cientista. Sua mulher irá falecer após 33 anos de casamento. Durante toda a sua vida penas se ausentou do país por duas vezes e irá acabar por falecer em Delft aos 91 e anos de idade.

Obra

A vida científica de Leeuwenhoek começou por volta de 1671, quando tinha trinta e nove anos. Homem sem formação superior mas com muitas capacidades matemáticas e acima de tudo muito paciente e metódico, Leeuwenhoek, irá juntar uma obra bastante vasta de caracterização e de microrganismos, debruçando-se especialmente na sua reprodução morfologia e função. Acreditava que todos os seres vivos eram similares em forma e função sendo por isto, um dos princípios em que assentava o seu trabalho. Para comprovar estas semelhanças, Leeuwenhoek tentou estudar o maior número possível organismos dentro de cada grupo e então generalizar a partir dos dados obtidos. Provavelmente o campo em que mais marcou terá sido na microscopia. Leeuwenhoek, como hábil artesão que era desenvolveu lentes, que inicialmente serviam para inspeccionar tecidos, com um poder de ampliação e resolução incríveis. Segundo os seus registos terá mesmo conseguido produzir lentes com uma amplificação de 500 vezes e com um poder de resolução de 1 µ.

Leeuwenhoek Microscope-1-

Réplica de um dos microscópios de Leeuwenhoek

Apesar disto nunca valorizou muito o campo da microscopia no sentido em que considerava-o apenas uma ferramenta. A sua descoberta mas importante deu-se em 1674, em inicio de carreira, quando reconheceu a verdadeira natureza dos microrganismos. Partindo do pressuposto que a vida e a mobilidade são indissociáveis, concluiu que os objectos que via moverem-se, através do seu microscópio, eram pequenos animais. Em 1976 comunicou a sua descoberta à Royal Society, enviando posteriormente mais de trinta cartas onde descrevia várias formas específicas de microrganismos, como bactérias, protozoários, rotíferos, bem como a sua descoberta acidental da reprodução ciliada.

Leeuwenhoek criou também uma nova definição para o processo de fertilização. Devido à observação de espermatozóides, consigo superar o conceito de que a fertilização ocorria por vapores do fluido seminal e postulou que os espermatozóides penetravam o ovo, apesar de não ter conseguido visualizar este fenómeno. Como acreditava que todos os seres vivos funcionavam de forma idêntica, Leeuwenhoek fez também investigações sucessivas na reprodução de plantas e criou a teoria de que, já que as plantas não se moviam, cada individuo era responsável pela sua própria propagação.

Leeuwenhoek tinha outra linha de investigação, o sistema de transporte de nutrientes. Nesta área analisou minuciosamente os canais de transporte, especialmente as suas paredes, os meios de transporte (como o sangue) e os nutrientes que eram transportados. Nos animais distinguiu i que chamou de canais de ar, tubos intestinais, canais de linfa, vasos sanguíneos e tubos nervosos. No entanto não conseguia interpretar as suas funções e nem sempre era capaz de fazer analogias dentro dos sistemas de diversos animais. Dentro da anatomia vegetal, descreveu a forma tridimensional da raiz, caule e folha. Ele considerava que o tecido vegetal era composto por uma série de complexos tubos envolvidos por outros tecidos, compostos de glóbulos, no entanto a sua terminologia é geralmente pouco clara pois não compreendia as funções das estruturas que identificava.

Apesar de tudo isto, Leeuwenhoek, viveu algo isolado da ciência que se fazia pelo mundo fora, sendo que não conhecia nenhuma língua para além do alemão, o que fazia com que só tivesse em contacto com o trabalho de autores alemães ou livros traduzidos, e à sua modesta preparação científica, já que nunca frequentou uma universidade. Leeuwenhoek deu o seu trabalho a conhecer através de cartas, mais de 300, que enviava a cientistas privados e amadoras. Ainda assim manteve sempre contactos com a Royal Society, com a qual foi trocando muita correspondência que hoje está publicada. As conquistas científicas de Leeuwenhoek foram reconhecidas ainda durante a sua vida, tanto pelos seus colegas bem como pelo publico. EM 1680 foi eleito membro da Royal Society de Londres, em 1699 foi apontado como correspondente da Paris Académie des Science, e em 1716 o Louvain College of Professors conferiu-lhe uma medalha de prata.

Leeuwenhoek não publicou qualquer trabalho até 1684, data em que publicou alguns das suas cartas em alemão. A partir de 1685 publicou algumas traduções em Latin. Inicialmente reimprimiu e editou as suas cartas separadas, ou em grupos de duas ou três, o que gerou uma certa confusão bibliográfica. Em 1718 editou um compêndio com todas as suas cartas em alemão, seguindo-se, em 1722, a tradução para latim.


Bibliografia

Gillispie, C. (1970). Dictionary of Scientific Biography. Charles Scribner's sons, New York. Vol. 1-16

Advertisement