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==Asclépio==
 
==Asclépio==
[[Ficheiro:Asklepios_Leutari_Chiaramonti_Inv2023.jpg|thumb|http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Asklepios_Leutari_Chiaramonti_Inv2023.jpg]]
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[[Ficheiro:Asklepios_Leutari_Chiaramonti_Inv2023.jpg|thumb|'''Estátua de Asclépio no museu Chiaramonti''' http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Asklepios_Leutari_Chiaramonti_Inv2023.jpg]]
 
Asclépio ou em latim, ''Aesculapios'', é o Deus grego da medicina e da cura. O seu culto na Grécia foi disseminado até Roma, onde este tomou o nome de Eusclápio.
 
Asclépio ou em latim, ''Aesculapios'', é o Deus grego da medicina e da cura. O seu culto na Grécia foi disseminado até Roma, onde este tomou o nome de Eusclápio.
 
Asclépio representa o aspecto curativo das artes médicas, sendo o seu bordão, o símbolo da Medicina.
 
Asclépio representa o aspecto curativo das artes médicas, sendo o seu bordão, o símbolo da Medicina.
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===Mitologia===
 
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Segundo a lenda, Asclépio era filho de Apolo e da ninfa Coronis. Devido à infidelidade de Coronis para com Apolo, esta foi condenada à morte e quando se encontrava na pira funerária, Apolo retirou o filho do ventre da mãe. Esta vitória da vida sobre a morte confere, desde logo, o simbolismo da medicina a Asclépio. A arte da medicina foi-lhe ensinada por Quirón, um centauro que o criou. Asclépio foi casado com Epione com quem teve seis filhas, das quais se salientam: Panaceia (deusa da farmácia) e Higeia (deusa da saúde pública). Segundo o poeta Píndaro, uma serpente ensinou a Asclépio como usar uma planta para dar vida aos mortos e por ter feito renascer tantas almas, foi morto por Zeus com um raio. Depois da sua morte, Asclépio foi transformado em Deus e tornado imortal.
 
Segundo a lenda, Asclépio era filho de Apolo e da ninfa Coronis. Devido à infidelidade de Coronis para com Apolo, esta foi condenada à morte e quando se encontrava na pira funerária, Apolo retirou o filho do ventre da mãe. Esta vitória da vida sobre a morte confere, desde logo, o simbolismo da medicina a Asclépio. A arte da medicina foi-lhe ensinada por Quirón, um centauro que o criou. Asclépio foi casado com Epione com quem teve seis filhas, das quais se salientam: Panaceia (deusa da farmácia) e Higeia (deusa da saúde pública). Segundo o poeta Píndaro, uma serpente ensinou a Asclépio como usar uma planta para dar vida aos mortos e por ter feito renascer tantas almas, foi morto por Zeus com um raio. Depois da sua morte, Asclépio foi transformado em Deus e tornado imortal.
   
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===O culto a Asclépio===
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O seu culto começou em Epidauro, no Peloponeso (uma península na Grécia), no século VI A.C. Existiam também outros templos e santuários noutros locais como Kos, Knidos e Pérgamo, onde os sarcedotes se dedicavam à cura de doentes. A cura nos templos de Asclépio era feita através da ''Incubatio'', que consistia em os doentes permanecerem à noite naquele lugar e logo iriam ser visitados por este Deus nos seus sonhos. A cura era então concedida por Asclépio (na forma de medicamentos ou através de um acto cirúrgico), ou este daria informações para a cura de determinada doença.
 
O seu culto começou em Epidauro, no Peloponeso (uma península na Grécia), no século VI A.C. Existiam também outros templos e santuários noutros locais como Kos, Knidos e Pérgamo, onde os sarcedotes se dedicavam à cura de doentes. A cura nos templos de Asclépio era feita através da ''Incubatio'', que consistia em os doentes permanecerem à noite naquele lugar e logo iriam ser visitados por este Deus nos seus sonhos. A cura era então concedida por Asclépio (na forma de medicamentos ou através de um acto cirúrgico), ou este daria informações para a cura de determinada doença.
 
O próprio Juramento de Hipócrates se inicia invocando o nome de Asclépio: “ Juro por Apólo médico, por Asclépio, por Higeia e Panaceia, e tomando por testemunhas todos os deuses e deusas, que cumprirei inteiramente este juramento de acordo com as minhas capacidades e discernimento...”. Até mesmo o voto de pureza do juramento é também um estatuto presente numa inscrição epigráfica em Epidauro: “Puro deve ser aquele que entra neste fragrante templo”.
 
O próprio Juramento de Hipócrates se inicia invocando o nome de Asclépio: “ Juro por Apólo médico, por Asclépio, por Higeia e Panaceia, e tomando por testemunhas todos os deuses e deusas, que cumprirei inteiramente este juramento de acordo com as minhas capacidades e discernimento...”. Até mesmo o voto de pureza do juramento é também um estatuto presente numa inscrição epigráfica em Epidauro: “Puro deve ser aquele que entra neste fragrante templo”.
   
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===Representação de Asclépio===
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Asclépio é representado como um homem barbudo, com o ombro direito descoberto, de olhar sereno ao horizonte, acompanhado de sua filha Higeia ou sozinho. O bordão ou caduceu de Asclépio (o idealizado como símbolo da medicina) é uma serpente dando duas voltas e meia em torno do bastão de madeira.
 
Asclépio é representado como um homem barbudo, com o ombro direito descoberto, de olhar sereno ao horizonte, acompanhado de sua filha Higeia ou sozinho. O bordão ou caduceu de Asclépio (o idealizado como símbolo da medicina) é uma serpente dando duas voltas e meia em torno do bastão de madeira.
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===Bibliografia===
 
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* Bynum, W. F. & Porter, R. (1993). Companion encyclopedia of the History of Medicine. Routledge, London and New York. Vol. 1-2
 
* Bynum, W. F. & Porter, R. (1993). Companion encyclopedia of the History of Medicine. Routledge, London and New York. Vol. 1-2
 
* http://www.ff.ul.pt/paginas/jpsdias/
 
* http://www.ff.ul.pt/paginas/jpsdias/
* http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Asklepios_Leutari_Chiaramonti_Inv2023.jpg
 

Edição atual tal como às 09h33min de 1 de junho de 2009

Asclépio

Asklepios Leutari Chiaramonti Inv2023

Estátua de Asclépio no museu Chiaramonti http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Asklepios_Leutari_Chiaramonti_Inv2023.jpg

Asclépio ou em latim, Aesculapios, é o Deus grego da medicina e da cura. O seu culto na Grécia foi disseminado até Roma, onde este tomou o nome de Eusclápio. Asclépio representa o aspecto curativo das artes médicas, sendo o seu bordão, o símbolo da Medicina.


Mitologia

Segundo a lenda, Asclépio era filho de Apolo e da ninfa Coronis. Devido à infidelidade de Coronis para com Apolo, esta foi condenada à morte e quando se encontrava na pira funerária, Apolo retirou o filho do ventre da mãe. Esta vitória da vida sobre a morte confere, desde logo, o simbolismo da medicina a Asclépio. A arte da medicina foi-lhe ensinada por Quirón, um centauro que o criou. Asclépio foi casado com Epione com quem teve seis filhas, das quais se salientam: Panaceia (deusa da farmácia) e Higeia (deusa da saúde pública). Segundo o poeta Píndaro, uma serpente ensinou a Asclépio como usar uma planta para dar vida aos mortos e por ter feito renascer tantas almas, foi morto por Zeus com um raio. Depois da sua morte, Asclépio foi transformado em Deus e tornado imortal.


O culto

O seu culto começou em Epidauro, no Peloponeso (uma península na Grécia), no século VI A.C. Existiam também outros templos e santuários noutros locais como Kos, Knidos e Pérgamo, onde os sarcedotes se dedicavam à cura de doentes. A cura nos templos de Asclépio era feita através da Incubatio, que consistia em os doentes permanecerem à noite naquele lugar e logo iriam ser visitados por este Deus nos seus sonhos. A cura era então concedida por Asclépio (na forma de medicamentos ou através de um acto cirúrgico), ou este daria informações para a cura de determinada doença. O próprio Juramento de Hipócrates se inicia invocando o nome de Asclépio: “ Juro por Apólo médico, por Asclépio, por Higeia e Panaceia, e tomando por testemunhas todos os deuses e deusas, que cumprirei inteiramente este juramento de acordo com as minhas capacidades e discernimento...”. Até mesmo o voto de pureza do juramento é também um estatuto presente numa inscrição epigráfica em Epidauro: “Puro deve ser aquele que entra neste fragrante templo”.


Representação

Asclépio é representado como um homem barbudo, com o ombro direito descoberto, de olhar sereno ao horizonte, acompanhado de sua filha Higeia ou sozinho. O bordão ou caduceu de Asclépio (o idealizado como símbolo da medicina) é uma serpente dando duas voltas e meia em torno do bastão de madeira.



Bibliografia