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==A Farmacologia na mentalidade pretécnica da Grécia Clássica==
 
==A Farmacologia na mentalidade pretécnica da Grécia Clássica==
   
O medicamento na obra clássica de Homero é chamado de ''pharmakon'' e aparece na ''Ilíadia''. Com este nome se designa um objecto de carácter fundamental mágico e de utilização ambígua, podendo ser veneno ou remédio diferenciando-os apenas a adjectivação de “calmante”, “excelente”, “nocivo”, “pernicioso”, “funesto”, “mortal” que classificam a sua função. Esta simplicidade mantêm-se em Hesiodo, um quase contemporâneo de Homero, no seu poema ''Os trabalhos e os dias'' com a diferença de utilizar este vocábulo com um sentido naturalista, deixando as considerações mágicas, mas teremos de esperar pelas obras hipocráticas para encontrar sistematização.
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O medicamento na obra clássica de Homero é chamado de ''pharmakon'' e aparece na ''Ilíadia''.Este nome designa um objecto de carácter fundamental mágico e de utilização ambígua, podendo ser veneno ou remédio diferenciando-os apenas a adjectivação de “calmante”, “excelente”, “nocivo”, “pernicioso”, “funesto”, “mortal” que classificam a sua função. Esta simplicidade mantêm-se em Hesíodo, um quase contemporâneo de Homero, no seu poema ''Os trabalhos e os dias'' com a diferença de utilizar este vocábulo com um sentido naturalista, deixando as considerações mágicas, mas teremos de esperar pelas obras hipocráticas para encontrar sistematização.
   
 
Na Odisseia, Hermes ensina a Ulisses uma planta útil para combater os encantamentos de Circe, “''cuja Natureza me mostrou: negra tem a raiz, muito branca como a neve é a sua flor, chamam-lhe ''moli'' os deuses e é muito difícil de arrancar para um mortal''”. Com esta citação nota-se que existe relação entre o aspecto da planta e as suas virtudes, uma correlação denominada ''physis'' ou Natureza.
 
Na Odisseia, Hermes ensina a Ulisses uma planta útil para combater os encantamentos de Circe, “''cuja Natureza me mostrou: negra tem a raiz, muito branca como a neve é a sua flor, chamam-lhe ''moli'' os deuses e é muito difícil de arrancar para um mortal''”. Com esta citação nota-se que existe relação entre o aspecto da planta e as suas virtudes, uma correlação denominada ''physis'' ou Natureza.
Segundo a mesma obra, Helena verte no vinho dos seus convidados um suco mágico próprio para acalmar a dor, a cólera e esquecer os males, que obteve da egípcia Plydamna. A composição desse suco, denominado ''nepenthes'', cujo carácter mágico é indubitável, tem suscitado a curiosidade dos cientistas ao largo da História. Qualquer que seja a sua composição, forçosamente contendo por estupefacientes afim de produzir o efeito descrito, neste caso não é descrita relação entre a natureza e a função e em ambos, tanto a ''moli'' como a ''nepenthes'' estão cobertos da mais pura mentalidade mágica.
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Segundo a mesma obra, Helena verte no vinho dos seus convidados um suco mágico próprio para acalmar a dor, a cólera e esquecer os males, que obteve da egípcia Polidamna. A composição desse suco, denominado ''nepenthes'', cujo carácter mágico é indubitável, tem suscitado a curiosidade dos cientistas ao largo da História. Qualquer que seja a sua composição, forçosamente contendo estupefacientes afim de produzir o efeito mencionado, neste caso não é descrita relação entre a natureza e a função e em ambos, tanto a ''moli'' como a ''nepenthes'' estão cobertos da mais pura mentalidade mágica.
   
 
Algo parecido ocorre com os poemas atribuídos a Orfeu, mais concretamente um dedicado às pedras, nas recomendações de um médico, que na realidade é um mago, que no seu arsenal terapêutico valoriza os minerais em vez das plantas. A ágata serve para fertilizar os campos colocada entre os chifres dos bois de lavoura e também para curar enfermidades se for colocada nas mãos. Para atravessar terrenos com pragas de répteis deve-se carregar uma pedra íman a qual tem muitas outras indicações igualmente assombrosas. Os chifres de carneiro usam-se contra a calvice, o coral para evitar mordeduras de cães.
 
Algo parecido ocorre com os poemas atribuídos a Orfeu, mais concretamente um dedicado às pedras, nas recomendações de um médico, que na realidade é um mago, que no seu arsenal terapêutico valoriza os minerais em vez das plantas. A ágata serve para fertilizar os campos colocada entre os chifres dos bois de lavoura e também para curar enfermidades se for colocada nas mãos. Para atravessar terrenos com pragas de répteis deve-se carregar uma pedra íman a qual tem muitas outras indicações igualmente assombrosas. Os chifres de carneiro usam-se contra a calvice, o coral para evitar mordeduras de cães.
   
As pedras, sobre tudo as mais preciosas, trazem o favor dos deuses uma utilização à parte de qualquer empirismo, submergida completamente em magia. O método empírico de uso dos remédios vegetais é bastante amplo: Aristófanes descreve o uso do anis e dos frutos do cedro para cólicas e flatulência; Herodoto relata a maneira de preparar meconio a partir do ópio; Pitágoras menciona a mandrágora cujas propriedades narcóticas são reconhecidas por Platão na República, Demóstenes em Filípicas, Píndaro e Plutarco, entre outros. Os discípulos de Asclépio utilizam a cauterização e Podalirio, filho de Esculápio, usou a sangria durante o ataque a Tróia.
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As pedras, sobre tudo as mais preciosas, trazem o favor dos deuses uma utilização à parte de qualquer empirismo, submergida completamente em magia. O método empírico de uso dos remédios vegetais é bastante amplo: [[Aristófanes]] descreve o uso do anis e dos frutos do cedro para cólicas e flatulência; [[Herodoto]] relata a maneira de preparar meconio a partir do [[ópio]]; [[Pitágoras]] menciona a [[mandrágora]] cujas propriedades narcóticas são reconhecidas por [[Platão]] na ''República'', [[Demóstenes]] em ''Filípicas'', [[Píndaro]] e [[Plutarco]], entre outros. Os discípulos de [[Asclépio]] utilizam a cauterização e Podalira, filho de Esculápio, usou a [[sangria]] durante o ataque a Tróia.
 
   
 
==Farmacologia no ''Corpus Hipocráticum''==
 
==Farmacologia no ''Corpus Hipocráticum''==

Edição das 11h33min de 20 de maio de 2009

A Farmacologia na mentalidade pretécnica da Grécia Clássica

O medicamento na obra clássica de Homero é chamado de pharmakon e aparece na Ilíadia.Este nome designa um objecto de carácter fundamental mágico e de utilização ambígua, podendo ser veneno ou remédio diferenciando-os apenas a adjectivação de “calmante”, “excelente”, “nocivo”, “pernicioso”, “funesto”, “mortal” que classificam a sua função. Esta simplicidade mantêm-se em Hesíodo, um quase contemporâneo de Homero, no seu poema Os trabalhos e os dias com a diferença de utilizar este vocábulo com um sentido naturalista, deixando as considerações mágicas, mas teremos de esperar pelas obras hipocráticas para encontrar sistematização.

Na Odisseia, Hermes ensina a Ulisses uma planta útil para combater os encantamentos de Circe, “cuja Natureza me mostrou: negra tem a raiz, muito branca como a neve é a sua flor, chamam-lhe moli os deuses e é muito difícil de arrancar para um mortal”. Com esta citação nota-se que existe relação entre o aspecto da planta e as suas virtudes, uma correlação denominada physis ou Natureza. Segundo a mesma obra, Helena verte no vinho dos seus convidados um suco mágico próprio para acalmar a dor, a cólera e esquecer os males, que obteve da egípcia Polidamna. A composição desse suco, denominado nepenthes, cujo carácter mágico é indubitável, tem suscitado a curiosidade dos cientistas ao largo da História. Qualquer que seja a sua composição, forçosamente contendo estupefacientes afim de produzir o efeito mencionado, neste caso não é descrita relação entre a natureza e a função e em ambos, tanto a moli como a nepenthes estão cobertos da mais pura mentalidade mágica.

Algo parecido ocorre com os poemas atribuídos a Orfeu, mais concretamente um dedicado às pedras, nas recomendações de um médico, que na realidade é um mago, que no seu arsenal terapêutico valoriza os minerais em vez das plantas. A ágata serve para fertilizar os campos colocada entre os chifres dos bois de lavoura e também para curar enfermidades se for colocada nas mãos. Para atravessar terrenos com pragas de répteis deve-se carregar uma pedra íman a qual tem muitas outras indicações igualmente assombrosas. Os chifres de carneiro usam-se contra a calvice, o coral para evitar mordeduras de cães.

As pedras, sobre tudo as mais preciosas, trazem o favor dos deuses uma utilização à parte de qualquer empirismo, submergida completamente em magia. O método empírico de uso dos remédios vegetais é bastante amplo: Aristófanes descreve o uso do anis e dos frutos do cedro para cólicas e flatulência; Herodoto relata a maneira de preparar meconio a partir do ópio; Pitágoras menciona a mandrágora cujas propriedades narcóticas são reconhecidas por Platão na República, Demóstenes em Filípicas, Píndaro e Plutarco, entre outros. Os discípulos de Asclépio utilizam a cauterização e Podalira, filho de Esculápio, usou a sangria durante o ataque a Tróia.

Farmacologia no Corpus Hipocráticum

No Corpus Hipocraticum encontramos o termo pharmakon com 3 significados distintos pelo menos. Em alguns textos - Sobre as enfermidades - dá-se o significado de substância exterior ao corpo capaz de produzir alguma modificação favorável ou desfavorável mas não se distingue alimentos e medicamentos; em Sobre os lugares distingue-se alimentos de medicamentos, aos primeiros dá-se uma denominação distinta e aos segundos consideram-se agentes modificadores da physis individual. Por último identifica-se em algumas ocasiões o medicamento como purgante, com o sentido vasto que a purgação tinha para os médicos hipocráticos como preparação das cerimónias religiosas, afinal a purgação podia efectuar-se por qualquer via. Considerava-se os eméticos e os purganetes propriamente ditos. O mecanismo de acção dos medicamentos é devido á sua própria dynamis ou qualidade, entendidas às vezes como agitação dos humores, atracção destes e sempre associados ao calor que produzem, ao sabor azedo, salgado ou ao carácter gordo. Os medicamentos purgantes actuam eliminando algo que por analogia com as antigas cerimónias mágico-religiosas, segue a denominação de “pecante”.

Os medicamentos produzem uma violência no corpo do enfermo e por isso há médicos que preferem não os utilizar e deixar trabalhar a natureza, e outros que deixam funcionar o destino. Para conseguir a cura apor meio do fármaco o terapeuta deve ter muita precaução com o uso farmacológico, pois os medicamentos são polivalentes e produzem muitos efeitos. Alguns textos exigem caracteres arbitrários adicionais, como por exemplo, prescrever como medicamento leite de uma vaca que seja de cor preta.

Nas enfermidades agudas recomendava-se uma decocção de cevada o ptisane; preparada perante uma parte de cevada em 12 ou 15 de água, depois de inchado o cereal é mergulhado em vinagre, azeite, sal e em certas ocasiões pimenta. Também se poderia recomendar hidromel, (água edulcorada com mel) ou hidroximel (hidromel com vinagre). Alguns hipocráticos preferem métodos dietéticos ou a farmacologia suave, utilizando muitos fármacos provenientes de rituais empírico-mágicos e do contacto com outras culturas. Utilizam-se banhos e defumações tanto quentes como húmidos, e no Corpus Hipocraticum usam-se medicamentos em poção, cuja preparação poderia utilizar como veiculo, hidromel, oximel, água mulsa (mescla de vinho e água) oinomeli (mescla de vinho e mel) ou oinoglae (mescla de vinho e leite). Fala-se também dos medicamentos para feridas de pílulas, de clisteres, pomadas, fumigações, emplastros secos, medicamentos mulcilaginosos de consistência semi-sólida e supositórios vaginais ocos que se enchiam de substâncias medicinais. Azeites, unguentos, mencionam entre os medicamentos adstringentes e cáusticos, barro, compostos de cobre, ferro, cálcio, sódio e potássio. Entre os laxantes enérgicos rícino, ébano ou coloquíntida. Os laxantes suaves euforbio, melão. Eméticos como o elébora branco ou o hisopo. Diuréticos como o alho cebola e abóbora. Sudoríficos narcóticos como o ópio, cannabis, mandrágora, beladona, hyociamus e cicuta.

No Corpus Hipocraticum são utilizadas cerca de 260 drogas vegetais, algumas muito activas e também conhecidas por outras culturas. Outras provenientes de animais como carnes, gorduras, leites, soros, de diferentes animais, cornos de carneiro, serpentes, minhocas e outras provenientes do mundo mineral como o talco usado para absorver o suor, preparar emplastros e ligaduras. Com respeito à indicação das quantidades precisas para preparar medicamentos, os textos hipocráticos revelam-se imprecisos. Os médicos exerciam a sua profissão no iatreyon ou “tenda do médico” e todos possuíam uma pequena farmácia, local onde colocavam os instrumentos cirúrgicos, os recipientes com os medicamentos e alguns utensílios para a prática farmacêutica como almofarizes, rolos de pedra ou peneiras.


Desenvolvimento da Farmacologia

No campo da Matéria Farmacêutica foge à letargia geral a obra de Cratevas (séc. I a.C.) autor de um tratado sobre plantas que, pela primeira vez, surgiam figuras associadas à descrição botânica; foi elogiado por Galeno e verifica-se a sua infuencia em Matéria Médica de Dioscórides. Nicandro de Colofón (séc. II a.C), outro poeta didáctico, escreve dois poemas titulados respectivamente Theriaká, composto por 958 versos, em que se trata da mordedura de animais venenosos e seus remédios Alexiphármaka, composto por 630 versos é dedicado a descrever os auxílios necessários em caso de envenenamento por alimentos. esses escritos são pouco originais, fundamentados nos textos de Teofrasto e nos escri¬tos de Apolodoro que, no séc. II a.C, escreveu sobre estes mesmos temas. Entre os monarcas, Átalo III Filómetor (séc.II a.C), rei de Pérgamo, Nicomedes II de Bitinia (224 a.C-187 a.C.) e Mitrídates o Grande, rei de Ponto, cultivavam nos seus jardins ervas venenosas. Experimentavam em réus e utilizavam-nas nos seus inimigos. Mitrídates efectuou numerosos ensaios com escravos e condenados e preparou um antídoto que se fez logo famoso nas farmacopeias ocidentais, o Mitridathum, medicamento polifármaco composto de 57 ingredientes, segundo Galeno, que posteriormente foi reduzido a 37.


Galeno: o Pai da Farmacologia

Galeno reúne a tradição terapêutica clássica e helenística e criou una farmacologia racional, na qual os fármacos se ordenam pela sua acção de acordo com as premissas anatomo-fisiológicas. Isto, aliado ao facto de que neste aspecto seguiu Hipócrates e aconselhou a abundante utilização de medicamentos, permite a sua consideração como pai da Farmácia científica. Para ele os medicamentos, correctamente utilizados, são «mãos dos deuses».Inspirou-se nas obras de Hipócrates, Eurifonte, Diócles, Praxágoras, Herófilo, Manflas, Rufo de Éfeso e, sobre tudo, em a Materia Médica de Dioscórides. Diferencia radicalmente entre medicamento, alimento e veneno: o alimento não causa alterações no organismo, a penas serve para a sua manutenção; o fármaco causa alterações, mas são benéficas e o veneno causa alterações maléficas em quem os ingere.

Segundo estes conceitos os alimentos seriam fundamentalmente procedentes do reino animal, pois gozariam de una acção leve e benéfica sobre o organismo. Os medicamentos procederiam prioritariamente do reino vegetal, por sua intensa porém não destrutiva, e os venenos seriam principalmente minerais, por gozar de uma acção enérgica e destruidora sobre o organismo.

Recomenda mais de 437 remédios vegetais, alguns minerais como o sal, a pirite, barro, malaquita ou gesso e poucos animais; entre estes, diversos tipos de gordura, leites, soros, bílis, ovos... Condena energicamente os fármacos mágicos, porém, em alguns casos recomenda medicamentos de este tipo. Por exemplo para as insónias aconselha folhas de louro debaixo da almofada, escritas com diversas palavras rituais.

Distingue três classes de fármacos:

  1. Os que actuam sobre uma qualidade elementar.
  2. Os activos sobre várias qualidades elementares.
  3. Os medicamentos de acção específica, como purgantes, eméticos, hipnóticos ou antídotos.

Introduz o conceito de grau do medicamento pode ser quente, frio, húmido ou seco primeiro, segundo, terceiro ou quarto grau de potência da acção. Um medicamento pode ser frio e húmido em acção e quente em potência, como a cebola ou a pimenta. A determinação das qualidades dos seus graus fica ao juízo organoléptico do operante.

Os medicamentos de acção específica seriam aqueles conhecidos pela tradição farmacológica desde seu uso empírico. Os demais, muito poucos actuariam sobre uma qualidade elementar, ou então sobre varias. Se tivermos em conta a máxima dos contrários, para curar uma enfermidade quente em terceiro grau é necessário um fármaco frio do mesmo grau.

Se encontráramos um na natureza com essas características, o problema estaria resolvido. Caso contrario vários ingredientes seriam necessários para remover propriedades indesejadas. Suponhamos que encontramos um simples vegetal frio em segundo grado e húmido em terceiro. Deveremos ir juntando outros simples vegetais que aumentem sua frieza e o privem da humidade e, uma vez conseguido o grau adequado para contrapesar a enfermidade, deverá juntar-se um excipiente inócuo que torne possível a ingestão pelo enfer¬mo, formando-se a forma farmacêutica. Desta maneira aparece a polifarmácia científica e explica a sua apetência pelas antigas fórmulas polifármacas dos empíricos.

Nas suas obras são citados muitos purgantes como águamel, coloquíntidas, escila, o azeite de rícino e os aloés. Recomenda evacuantes específicos: o tomilho para a bílis negra; a escamonea para a amarela; eméticos como o eléboro ou mesclas nauseabundas; adstringentes como o queijo, as castanhas, óssos calcinados moídos em vinho e diuréticos como o aipi ou a salsa. Dá muita importância a sangria nas enfermidades agudas e nas febres altas, porem proíbe-a às crianças e aos idosos. As formas farmacêuticas recomendadas são infusões, pastilhas, pílulas, pós, gargarejos, polpas, extractos, clisteres anais e vaginais, inalações, supositórios, ligamentos, cataplasmas e cosméticos.

Bibliografia

  • Puerto Sarmiento, F. J. El mito de Panacea. Compendio de Historia de la Terapéutica y de la Farmacia. Madrid: Doce Calles, 1997.