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Francisco Hernández (N. Montalban, Espanha1517; ob. Toledo, Espanha1587). Medicina, Botânica. Médico e botânico espanhol.

Vida

Francisco Hernández começou a praticar Medicina em Guadalupe, mais precisamente no hospital do Mosteiro de Guadalupe. O seu fascínio pela colecção e classificação de plantas levaram-no a iniciar os seus estudos na área de Botânica, em Castela e Andaluzia.

O seu interesse pelas plantas chamou a atenção do rei D. Filipe II, que o nomeou responsável por uma das maiores expedições espanholas da História Natural no Novo Mundo. Entre 1570 e 1577, Francisco Hernández viajou pelo México na sua expedição. Após o seu regresso, em 1578, tornou-se médico de câmara do rei Filipe II. Nove anos depois, em 1587, Francisco Hernández morreu em Toledo.

A expedição ao México

Pela altura do reinado de Filipe II (1556-1598), Espanha tentava competir com os monopólios europeus que controlavam as especiarias da Índia. Decidida a criar novas rotas e novos comércios, a coroa espanhola enviou, em 1570, Francisco Hernández numa expedição ao México, um país muito rico em plantas medicinais. Esta expedição tinha como objectivo o estudo da flora mexicana e a pesquisa de novas plantas com utilidade medicinal.

Francisco Hernández partiu para o México em 1570, onde ficou durante sete anos.

Enquanto esteve no México, Francisco Hernández usou a vasta rede de hospitais coloniais mexicanos para testar as propriedades das suas plantas.

Durante a sua expedição, Francisco Hernández enviou para Espanha vários relatórios com as suas novas descobertas. Cerca de dois anos após a sua chegada ao México, em 1572, Espanha já contava com três volumes, com texto e ilustrações de plantas. Em 1576, Francisco Hernández havia colectado dezasseis volumes.

Por esta altura, os europeus tinham herdado o conhecimento de Dioscórides e Theophrastus (considerados os fundadores da Farmacognosia e Botânica, respectivamente) de cerca de 600 espécies de plantas. Esta expedição teve tal impacto que em 1577, quando Francisco Hernández voltou a Espanha, eram conhecidas mais de 3000 novas plantas.

Obra

As suas pesquisas nunca chegaram a ser publicadas em vida do autor. Antes do seu regresso a Espanha, o trabalho de Francisco Hernández foi enviado para Espanha e guardado na biblioteca de El Escorial. Vários sumários da obra de Hernández foram publicados.

Depois da morte de Francisco Hernández, Filipe II ordenou ao médico Leonardo Recchi que resumisse a obra do explorador. Este resumo acabou por ser completado e publicado em 1615 por Francisco Ximénez, com o título Quatro libros de la naturaleza y virtudes de las plantas y animales.

Em 1628, Federico Cesi publicou a obra no Rerum Medicarum Novae Hispaniae Thesaurus, editado pela Accademia dei Lincei. A 17 de Julho de 1671, quase um século depois da sua morte, um incêndio em El Escorial destruiu o seu trabalho. Com isto, perdeu-se a possibilidade de obter cópias mais fidedignas da obra de Francisco Hernández. Contudo, conseguiu-se salvar uma cópia que tinha sido enviada para publicação.

Em 1790, em Madrid, Casimiro Gómez Ortega baseou-se nas compilações anteriores da obra de Francisco Hernández e em fontes do Colégio Imperial dos Jesuítas de Madrid para publicar a obra intitulada Opera.

Bibliografia

  • Gillispie, C. (1970). Dictionary of Scientific Biography. Charles Scribner's sons, New York. Vol. 1-16.
  • Cañizares-Esguerra, J. (2005) "Iberian Colonial Science", Isis, 96:1, 64-70
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