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A peste foi muitas vezes usada como um sinónimo de pestilência, que se refere não especificamente a qualquer epidemia aguda acompanhada por um elevado nível de mortalidade. No entanto, o termo também se refere às recorrentes ondas de peste bubónica que afectou a Europa entre 1348 até 1720. A epidemia da peste bubónica ocorreu como uma doença dos roedores que era transmitida aos humanos através da picada de uma mosca infectada - Yersinia pestis.

História e Geografia

A maioria da literatura histórica sobre a peste identifica três períodos em que a peste bubónica se espalhou rapidamente entre a comunidade humana. O primeiro período ocorreu durante a antiguidade Greco-Romana. Procopius decreveu a epidemia devastadora de 542 em Constatinopoles. A onda de epidemia alcançou o Este da Europa em 547. A epidemia da peste teve muitas reincidências no Mediterrâneo nos 200 anos seguintes.

O segundo período da peste é muitas vezes denominado de Black Death, que começou por volta de 1300 e terminou, aproximadamente, por volta de 1800. Durante este período, as partes mais afectadas foram o Médio Oriente, a Europa e a Ásia. A questão mais importante sobre estes 500 anos de peste na Europa incide no seu desaparecimento e as suas consequências demográficas. É importante referir que a mortalidade atribuida à peste era devida, maioritariamente, aos impactos secudários, do que propriamente à infecção. O pânico resultante pôs fim às condições sanitárias e aos serviçoes sociais, enquanto que o abandono das casas resultou em um número significante de mortes, tal como o isolamento nas mesmas instalações dos doentes e das pessoas sãs.

No começo do século XVIII a Europa foi protegida da invasão da peste, que provinha das terras Otomanas por um cordão sanitário constituido por cerca de 100.000 homens. Este cordão continha vários pontos de quarentena, limitava o tráfico humano e foi responsável pela não propagação da peste, que teve início na Ásia central por essa altura, na Europa. A partir dai a peste espalhou-se para a região Yunnan da China e, simultâneamente, parou no Norte de Índia e, em conjunto com o transporte marítimo infectou Hong Kong, Bombay e Calcute. Os continentes australianos e americanos contactaram pela primeira vez com esta doença.

Distribuição e Incidência

Hoje em dia, Y.pestis ocorre naturalmente entre uma grande variedade de roedores. Alguns dos 300 espécies de roedores são relativamente resistentes à doença e podem sobreviver, reproduzindo-se enquanto infectados. Y.pestis infecta novos animais ou através da transmissão pelas moscas ou porque o microorganismo é resistente e sobrevive nos microclimas quentes do interior dos roedores. As mudanças ecológicas são as que levam os roedores susceptiveis ao contacto com Y.pestis. Históricamente, o roedor mais importante é considerado Rattus rattus, o rato preto ou castanho comum.

A mosca oriental, Xenopsylla cheopis, do rato e a mosca humana, Pulex irritans, são consideradas vectores importantes na transmissão da peste para os humanos.

A peste humana ocorre habitualmente quando as moscas infectadas, destituídas de um hospedeiro roedor começam a alimentar-se dos humanos.

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