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==Vida==
 
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Roy Sidney Porter nasceu em 31 de Dezembro de 1946, em Bermondsey, sul de Londres, Inglaterra. Notabilizou-se ao tornar-se um importante historiador da história da medicina, da ciência e do iluminismo inglês e pela importância que ganhou na história da psiquiatria ao introduzir o estudo académico da história da “loucura” entre os historiadores.
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Roy Sidney Porter nasceu em 31 de Dezembro de 1946, em Bermondsey, sul de Londres, Inglaterra. Notabilizou-se ao tornar-se um importante historiador da História da medicina, da Ciência e do Iluminismo inglês e pela importância que ganhou na história da Psiquiatria ao introduzir o estudo académico da história da “loucura” entre os historiadores.
   
Roy Porter era o filho único de um joalheiro. Cresceu numa casa sem livros onde a cultura não era fomentada, mas o contacto com um professor no liceu de Wilson, em Camberwell abriu-lhe os olhos para o mundo da cultura. Durante os anos de liceu era conhecido como 'Rosey', uma abreviatura do seu nome, Roy Sidney, sendo descrito por amigos, colegas e professores como um rapaz amigável, no entanto bastante reservado, postura que manteve mesmo enquanto adulto.
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Roy Porter era o filho único de um joalheiro. Cresceu numa casa sem livros onde a cultura não era fomentada, mas o contacto com um professor no liceu de Wilson, em Camberwell "abriu-lhe os olhos" para o mundo da cultura. Durante os anos de liceu era conhecido como 'Rosey', uma abreviatura do seu nome, Roy Sidney, sendo descrito por amigos, colegas e professores como um rapaz amigável, no entanto bastante reservado, postura que manteve mesmo enquanto adulto.
 
 
Mais tarde, ganhou uma bolsa de estudos para estudar História na Cristh's College, em Cambridge, onde alguns professores como Quentin Skinner, Sir John Plum se tornaram uma referência na sua formação académica, no entanto foi Bob Young quem lhe introduziu a História da Ciência no último ano da sua graduação.
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Mais tarde ganhou uma bolsa de estudos para estudar História na Cristh's College, em Cambridge, onde alguns professores como Quentin Skinner e Sir John Plum se tornaram uma referência na sua formação académica; no entanto foi Bob Young quem lhe introduziu a História da Ciência no último ano da sua graduação.
   
Posteriormente mudou-se para Churchill College, Cambridge, como director de estudos da história em 1972. Nesta faculdade deu algumas palestras sobre o iluminismo Inglês, tema aliás sobre o qual escreveu num dos seus últimos livros: ''Enlightenment: Britain and the creation of the modern world'' (2000).
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Posteriormente mudou-se para Churchill College, Cambridge, como director de estudos da História em 1972. Nesta faculdade deu algumas palestras sobre o Iluminismo Inglês, tema sobre o qual escreveu num dos seus últimos livros: ''Enlightenment: Britain and the creation of the modern world'' (2000).
   
 
Em 1977, apresentou a sua tese de doutoramento sobre Geologia (''The Making of Geology: Earth Science in Britain''. 1660-1815).
 
Em 1977, apresentou a sua tese de doutoramento sobre Geologia (''The Making of Geology: Earth Science in Britain''. 1660-1815).
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Dois anos depois, em 1979, deixou Cambridge para entrar na Unidade Académica do Instituto Wellcome para a História da Medicina em Londres onde 14 anos depois se tornou professor de História da Medicina Social, onde permaneceu até Setembro de 2001 depois de uma reforma antecipada por sua vontade. Roy Porter desejava ter disponibilidade para fazer jardinagem, tocar saxofone e aprender diferentes línguas.
 
Dois anos depois, em 1979, deixou Cambridge para entrar na Unidade Académica do Instituto Wellcome para a História da Medicina em Londres onde 14 anos depois se tornou professor de História da Medicina Social, onde permaneceu até Setembro de 2001 depois de uma reforma antecipada por sua vontade. Roy Porter desejava ter disponibilidade para fazer jardinagem, tocar saxofone e aprender diferentes línguas.
   
Para surpresa de todos, Roy Porter foi encontrado morto com 55 anos em Hastings, Sussex, perto da sua bicicleta em 3 de Março de 2002 depois de ter sofrido um ataque cardíaco.
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Para surpresa de todos, Roy Porter foi encontrado morto com 55 anos em Hastings, Sussex, perto da sua bicicleta a 3 de Março de 2002 depois de ter sofrido um ataque cardíaco.
   
 
==Media==
 
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Roy Porter apareceu diversas vezes na rádio e televisão britânica. No programa Nightwaves para a BBC Rádio 3 discutia o papel da psiquiatria na sociedade moderna.
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Roy Porter apareceu diversas vezes na rádio e na televisão britânica. No programa Nightwaves para a BBC Rádio 3 discutia o papel da Psiquiatria na sociedade moderna.
   
 
==Prémios==
 
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==Obra==
 
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Roy Porter deixou uma vasta obra de livros, artigos científicos, caracterizando-se pela rapidez nas suas produções. Ele parecia escrever mais rápido do que a maioria das pessoas lêem. A facilidade com que explicava ideias complexas de formas simples fez dele na rádio e na televisão britânica um famoso historiador da História da Medicina da sua geração. A facilidade com que comunicava fez dele também um bom professor.
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Roy Porter deixou uma vasta obra de livros e artigos científicos, caracterizando-se pela rapidez nas suas produções. Ele parecia escrever mais rápido do que a maioria das pessoas lêem. A facilidade com que explicava ideias complexas de formas simples fez dele na rádio e na televisão britânica um famoso historiador da História da Medicina da sua geração. A facilidade com que comunicava fez dele também um bom professor.
   
Começou a sua obra com a publicação de sua Tese de doutoramento. Tornou-se notável pelo seu trabalho na história da medicina por querer fazer dela a história das sociedades e dos doentes e não a história dos médicos. Para além da história da medicina, os seus conhecimentos incidiram sobre outras áreas. Especializou-se na história social do Século XVIII de Inglaterra e no Iluminismo inglês, bem como proferiu várias palestras sobre a história de Londres.
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Começou a sua obra com a publicação de sua Tese de doutoramento. Tornou-se notável pelo seu trabalho na História da Medicina, por querer fazer dela a história das sociedades e dos doentes e não a história dos médicos. Para além da história da Medicina, os seus conhecimentos incidiram sobre outras áreas. Especializou-se na História Social do Século XVIII de Inglaterra e no Iluminismo inglês, bem como proferiu várias palestras sobre a história de Londres.
   
Introduziu o estudo académico da história da “loucura” entre os historiadores, tendo sido em conjunto com German Barrios o co-autor de vários artigos sobre a história da prática psiquiátrica, sendo um bom exemplo ''History of Clinical Psychiatry'' em 1995. Ainda nesta área, no inicio dos anos 80, inicia uma série de diferentes seminários sobre a história da psiquiatria com Bill Bynum. Foi ainda editor de duas respeitáveis revistas académicas, History of Science e co-fundador com German Berrios da History of Psychiatry.
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Introduziu o estudo académico da história da “loucura” entre os historiadores tendo sido, em conjunto com German Barrios, o co-autor de vários artigos sobre a história da prática psiquiátrica, sendo um bom exemplo ''History of Clinical Psychiatry'' em 1995. Ainda nesta área, no inicio dos anos 80, inicia uma série de diferentes seminários sobre a história da Psiquiatria com Bill Bynum. Foi ainda editor de duas respeitáveis revistas académicas, ''History of Science'' e co-fundador com German Berrios da ''History of Psychiatry''.
   
 
===História da Ciência===
 
===História da Ciência===

Edição atual tal como às 08h37min de 1 de junho de 2009

Vida

Roy Sidney Porter nasceu em 31 de Dezembro de 1946, em Bermondsey, sul de Londres, Inglaterra. Notabilizou-se ao tornar-se um importante historiador da História da medicina, da Ciência e do Iluminismo inglês e pela importância que ganhou na história da Psiquiatria ao introduzir o estudo académico da história da “loucura” entre os historiadores.

Roy Porter era o filho único de um joalheiro. Cresceu numa casa sem livros onde a cultura não era fomentada, mas o contacto com um professor no liceu de Wilson, em Camberwell "abriu-lhe os olhos" para o mundo da cultura. Durante os anos de liceu era conhecido como 'Rosey', uma abreviatura do seu nome, Roy Sidney, sendo descrito por amigos, colegas e professores como um rapaz amigável, no entanto bastante reservado, postura que manteve mesmo enquanto adulto.

Mais tarde ganhou uma bolsa de estudos para estudar História na Cristh's College, em Cambridge, onde alguns professores como Quentin Skinner e Sir John Plum se tornaram uma referência na sua formação académica; no entanto foi Bob Young quem lhe introduziu a História da Ciência no último ano da sua graduação.

Posteriormente mudou-se para Churchill College, Cambridge, como director de estudos da História em 1972. Nesta faculdade deu algumas palestras sobre o Iluminismo Inglês, tema sobre o qual escreveu num dos seus últimos livros: Enlightenment: Britain and the creation of the modern world (2000).

Em 1977, apresentou a sua tese de doutoramento sobre Geologia (The Making of Geology: Earth Science in Britain. 1660-1815).

Dois anos depois, em 1979, deixou Cambridge para entrar na Unidade Académica do Instituto Wellcome para a História da Medicina em Londres onde 14 anos depois se tornou professor de História da Medicina Social, onde permaneceu até Setembro de 2001 depois de uma reforma antecipada por sua vontade. Roy Porter desejava ter disponibilidade para fazer jardinagem, tocar saxofone e aprender diferentes línguas.

Para surpresa de todos, Roy Porter foi encontrado morto com 55 anos em Hastings, Sussex, perto da sua bicicleta a 3 de Março de 2002 depois de ter sofrido um ataque cardíaco.

Media

Roy Porter apareceu diversas vezes na rádio e na televisão britânica. No programa Nightwaves para a BBC Rádio 3 discutia o papel da Psiquiatria na sociedade moderna.

Prémios

Roy Porter foi eleito fellow da Academia Britânica em 1994, da Royal College of Physicians e da Royal College of Psychiatrists.

Na quinta-feira, 5 de Junho, no número 13 em Camplin Street, New Cross Gate em Londres, teve lugar uma cerimónia onde o historiador foi honrado com uma placa memorial na sua casa de infância no sul de Londres.

Obra

Roy Porter deixou uma vasta obra de livros e artigos científicos, caracterizando-se pela rapidez nas suas produções. Ele parecia escrever mais rápido do que a maioria das pessoas lêem. A facilidade com que explicava ideias complexas de formas simples fez dele na rádio e na televisão britânica um famoso historiador da História da Medicina da sua geração. A facilidade com que comunicava fez dele também um bom professor.

Começou a sua obra com a publicação de sua Tese de doutoramento. Tornou-se notável pelo seu trabalho na História da Medicina, por querer fazer dela a história das sociedades e dos doentes e não a história dos médicos. Para além da história da Medicina, os seus conhecimentos incidiram sobre outras áreas. Especializou-se na História Social do Século XVIII de Inglaterra e no Iluminismo inglês, bem como proferiu várias palestras sobre a história de Londres.

Introduziu o estudo académico da história da “loucura” entre os historiadores tendo sido, em conjunto com German Barrios, o co-autor de vários artigos sobre a história da prática psiquiátrica, sendo um bom exemplo History of Clinical Psychiatry em 1995. Ainda nesta área, no inicio dos anos 80, inicia uma série de diferentes seminários sobre a história da Psiquiatria com Bill Bynum. Foi ainda editor de duas respeitáveis revistas académicas, History of Science e co-fundador com German Berrios da History of Psychiatry.

História da Ciência

  • The Making of Geology: Earth Science in Britain, 1660-1815 (Cambridge and New York, 1977)
  • The Earth Sciences: An Annotated Bibliography (Garland, New York and London, 1983)
  • Man Masters Nature: Twenty-Five Centuries of Science (1989)
  • Science in the eighteenth century. Cambridge University Press, Cambridge, 2000)

História da Medicina

  • The History of Medicine: Past, Present and Future (Uppsala, 1983)
  • A Social History of Madness: Stories of the Insane (London, 1987; 1989; 1996)
  • Disease, Medicine, and Society in England. 1550-1860 (London, 1987; Basingstoke, 1993; Cambridge, 1995)
  • Mind-Forg'd Manacles: A History of Madness in England from the Restoration to the Regency (London, 1987; 1990)
  • Edward Gibbon: Making History (London, 1988)
  • Health for Sale: Quackery in England, 1660-1850 (Manchester and New York, 1989, )
  • Doctor of Society: Thomas Beddoes and the Sick Trade in Late Enlightenment England(London, 1991)
  • The Greatest Benefit to Mankind: A Medical History of Humanity (London, 1997; 1999)
  • Nicholas Venette: Conjugal Love (1983)
  • The Cambridge Illustrated History of Medicine (1996)
  • A Social History of Madness: The World Through the Eyes of the Insane (1988)
  • Bodies Politic: Disease, Death, and Doctors in Britain. 1650-1900 (2001)
  • Madmen: A Social History of Madhouses, Mad-Doctors and Lunatics (2001)
  • Madness: A Brief History (2002)
  • Blood and Guts: A Short History of Medicine (2002)
  • Flesh in the Age of Reason (2004)
  • The Cambridge History of Medicine (2006)

Ligações externas