Sem resumo de edição |
Sem resumo de edição |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
− | [[Ficheiro:Rufus_de_Éfesos.jpg|thumb| |
+ | [[Ficheiro:Rufus_de_Éfesos.jpg|thumb|230px|Rufus de Éfeso]] |
⚫ | |||
− | {{esboço}} |
||
+ | A sua data de nascimento e morte não são precisas, contudo remontam a meados do último século A. C. e primeiro séc. D.C. respectivamente. |
||
⚫ | |||
− | A sua data de nascimento e morte não são precisas, contudo remontam a meados do último século A. C. e primeiro séc. D.C. respectivamente. Praticou a arte médica na sua cidade nativa, Éfeso. Viveu, também, muito tempo no Egipto, em Alexandria. O seu nome, ‘Rufus’, poderia indicar que esteve ligado a Roma, no entanto não lhe é conhecida nenhuma ligação com Itália. Segundo a sua visão pessoal e científica, a qualidade de abstracção - necessária para as suas investigações médicas - poderia ser afastada de si mesmo na imponente cidade de Roma, "a permanente capital mundial das sensações", sendo talvez esta a causa da inexistência de relatos do seu envolvimento directo na sociedade romana daquele tempo. Sabe-se que todos os seus textos foram escritos na sua língua oficial, grego.''' |
||
− | == |
+ | ==Vida== |
+ | |||
+ | Existem poucos registos sobre a sua vida. |
||
+ | Sabe-se que praticou a arte médica na sua cidade nativa, Éfeso. |
||
+ | Viveu, muito tempo no Egipto, em Alexandria. |
||
+ | O seu nome, ‘Rufus’, poderia indicar que esteve ligado a Roma, no entanto não lhe é conhecida nenhuma ligação com Itália. |
||
+ | Sabe-se que todos os seus textos foram escritos na sua língua oficial, grego. |
||
+ | A sua influência manteve-se mesmo após a sua morte, sendo reconhecido séculos mais tarde em Bizâncio. |
||
+ | O seu nome obteve distinção entre grandes nomes da medicina da época:[[Hipócrates de Cós]], [[Galeno]] e [[Quirón]]. |
||
+ | Rufus de Éfeso foi considerado "de entre [estas] quatro pessoas, ''o acalmante das doenças''". |
||
+ | |||
+ | |||
⚫ | |||
Os seus trabalhos denotaram uma excepcional riqueza das suas observações clínicas. |
Os seus trabalhos denotaram uma excepcional riqueza das suas observações clínicas. |
||
− | Um dos ramos dos seus trabalhos clínicos foi a investigação da ''melancolia'' e de outras manifestações do paciente perante a doença. |
+ | Um dos ramos dos seus trabalhos clínicos foi a investigação da ''melancolia'' e de outras manifestações do paciente perante a doença. |
+ | Foi patente o seu cuidado na avaliação das suas observações, nomeadamente na anamnese do doente, sendo estas posteriormente detalhadas no seu livro ''‘Questões de um médico (para com os Pacientes)’''. |
||
Ocupou-se pelo estudo de doenças renais e da bexiga, tornando-se um importante nome na história da nefrologia e da urologia. Mencionou a possível relação entre as doenças de origem parasitária que afectam a bexiga urinária e a possível aparecimento de lesões cancerígenas. Deixou registadas interessantes descrições sobre dissecações. Foi notável o seu estudo da anatomia do olho. Distinguiu nervos motores de nervos sensoriais e estudou, com precisão, entre outras doenças, a [[lepra]] e a [[peste bubónica]]. |
Ocupou-se pelo estudo de doenças renais e da bexiga, tornando-se um importante nome na história da nefrologia e da urologia. Mencionou a possível relação entre as doenças de origem parasitária que afectam a bexiga urinária e a possível aparecimento de lesões cancerígenas. Deixou registadas interessantes descrições sobre dissecações. Foi notável o seu estudo da anatomia do olho. Distinguiu nervos motores de nervos sensoriais e estudou, com precisão, entre outras doenças, a [[lepra]] e a [[peste bubónica]]. |
||
Nunca esteve envolvido em polémicas e as suas críticas eram extremamente consistentes e objectivas. |
Nunca esteve envolvido em polémicas e as suas críticas eram extremamente consistentes e objectivas. |
||
− | Mesmo no brilhante mundo intelectual do |
+ | Mesmo no brilhante mundo intelectual do Período Helénico, Rufus manteve sempre a sua independência e respeito enquanto figura médica. |
− | A sua influência manteve-se mesmo após a sua morte, sendo reconhecido séculos mais tarde em Bizâncio (juntamente com [[Hippócrates de Cós]],[[Galeno]] e Cheiron, o mítico Centauro - metade humano, metade cavalo, filho do Titã Cronos - e professor de todos os Médicos), como sendo "de entre as quatro pessoas, o acalmante das doenças". |
||
− | Embora Rufus tenha sido bastante negligenciado pelos historiadores modernos de medicina, uma compreensão moderna sobre a influência de Rufus deveria ser mantida sob consideração e é, em boa parte, algo que se mantém em falta. |
||
− | |||
⚫ | |||
[[Ficheiro:Trabalho_de_autoria_de_Rufos_de_Éfesos.jpg|thumb|left|152px|"Por entre as partes do corpo humano", edição posterior à sua morte]] |
[[Ficheiro:Trabalho_de_autoria_de_Rufos_de_Éfesos.jpg|thumb|left|152px|"Por entre as partes do corpo humano", edição posterior à sua morte]] |
||
O conhecimento de Rufus excedeu, em certas áreas, a do próprio Galeno, sendo por isso extremamente respeitado na sociedade grega e romana. Manteve-se sempre cauteloso quanto às suas declarações públicas, não tendo, no entanto, caído no cepticismo comum da sua época. |
O conhecimento de Rufus excedeu, em certas áreas, a do próprio Galeno, sendo por isso extremamente respeitado na sociedade grega e romana. Manteve-se sempre cauteloso quanto às suas declarações públicas, não tendo, no entanto, caído no cepticismo comum da sua época. |
Edição das 17h58min de 21 de maio de 2009
Médico grego nascido em Éfeso, Grécia Antiga, “sob o império de Trajano” (97 D.C - 117 D.C). A sua data de nascimento e morte não são precisas, contudo remontam a meados do último século A. C. e primeiro séc. D.C. respectivamente.
Vida
Existem poucos registos sobre a sua vida. Sabe-se que praticou a arte médica na sua cidade nativa, Éfeso. Viveu, muito tempo no Egipto, em Alexandria. O seu nome, ‘Rufus’, poderia indicar que esteve ligado a Roma, no entanto não lhe é conhecida nenhuma ligação com Itália. Sabe-se que todos os seus textos foram escritos na sua língua oficial, grego. A sua influência manteve-se mesmo após a sua morte, sendo reconhecido séculos mais tarde em Bizâncio. O seu nome obteve distinção entre grandes nomes da medicina da época:Hipócrates de Cós, Galeno e Quirón. Rufus de Éfeso foi considerado "de entre [estas] quatro pessoas, o acalmante das doenças".
Obra
Os seus trabalhos denotaram uma excepcional riqueza das suas observações clínicas. Um dos ramos dos seus trabalhos clínicos foi a investigação da melancolia e de outras manifestações do paciente perante a doença. Foi patente o seu cuidado na avaliação das suas observações, nomeadamente na anamnese do doente, sendo estas posteriormente detalhadas no seu livro ‘Questões de um médico (para com os Pacientes)’. Ocupou-se pelo estudo de doenças renais e da bexiga, tornando-se um importante nome na história da nefrologia e da urologia. Mencionou a possível relação entre as doenças de origem parasitária que afectam a bexiga urinária e a possível aparecimento de lesões cancerígenas. Deixou registadas interessantes descrições sobre dissecações. Foi notável o seu estudo da anatomia do olho. Distinguiu nervos motores de nervos sensoriais e estudou, com precisão, entre outras doenças, a lepra e a peste bubónica. Nunca esteve envolvido em polémicas e as suas críticas eram extremamente consistentes e objectivas. Mesmo no brilhante mundo intelectual do Período Helénico, Rufus manteve sempre a sua independência e respeito enquanto figura médica.
O conhecimento de Rufus excedeu, em certas áreas, a do próprio Galeno, sendo por isso extremamente respeitado na sociedade grega e romana. Manteve-se sempre cauteloso quanto às suas declarações públicas, não tendo, no entanto, caído no cepticismo comum da sua época. A amplitude do seu conhecimento e interesses foram reflectidos nos noventa e quatro textos e livros que lhe estão atribuídos. Escreveu alguns destes trabalhos em verso (hexâmeros), de acordo com a tradição didáctica dos poemas médicos da sua altura. Para além do seu interesse em medicina, o alcance dos seus interesses abrangeu temas muito vastos, desde questões sócio-económicas a assuntos escondidos da sociedade, como a disfunção sexual. Alguns exemplos da sua obra são:
- ‘Por entre doenças do rim e da bexiga’
- ‘Pelo nome das Partes do Corpo Humano’
- 'Dependência Sexual e Espermatorreia’
- ‘Em Doenças Conjuntas’
- ‘Viver no mar, A compra de Escravos’
- ‘Unguento para uma Erecção Poderosa’
Bibliografia
- Gillispie, Charles Coulston, et al, Dictionary of Scientific Biography, Editor in Chief, vol. 11, Charles Sacribner's Sons, NY, 1981, pp 600-603.